Recobrei a consciência num corredor, ao lado de uma escada de madeira, aliás, o ambiente todo era de madeira escura, na minha frente havia uma porta fechada. Quando abri a lucidez neste local logo pensei:

-Nossa! Estou fora do corpo! Neste momento, para ter certeza de que estava de fato dormindo e projetada, lembrei-me de um teste que o estudioso sobre o assunto Saulo Calderon havia falado: -Segure o dedo e puxe, se o dedo esticar é porque estamos projetados. Fiz o teste e comecei a rir, pois o dedo esticou e completei o raciocínio com a fala:

-Estica mesmo! E ri como quem percebe “matéria sem matéria”, algo muito mais fluído e sem toda a densidade que conhecemos na vida física.

Durante meus estudos sobre a projeção astral, identifiquei vários autores comentando que quando abrimos a lucidez já fora do corpo e não no momento da saída, no início é comum ficarmos um pouco confusos se o fato está realmente ocorrendo ou não. É algo difícil de explicar, mas de fato essa dúvida ocorreu comigo.  Ouvi do Saulo Calderon que além de fazer o teste do dedo outra forma de identificar a projeção já longe do corpo físico é fazer uma análise cronológica da situação; como se lembrar de que foi dormir, está dormindo, naquele momento está projetado e que depois dali você retornará ao corpo. Essa análise cronológica das ações relacionadas ao tempo é uma ação que durante um sonho onírico (sonhos produzidos pelo cérebro) não conseguimos realizar, sendo assim, auxilia-nos na certeza da projeção ou não.

Logo após o teste do dedo, olhei para a porta a minha frente e resolvi passar por ela. Pensei firmemente em ficar mais sutil possível para conseguir atravessá-la e lá fui eu, flutuando em direção a ela. Não tive problemas para atravessá-la. Saí em uma sala, não muito grande, também toda de madeira, e na mesma direção que eu me encontrava, à minha frente, outra porta, outra sala e novamente outra porta. Todas estavam fechadas e consequentemente tive que atravessá-las. Após ter passado por umas três salas, flutuando apenas em linha reta e atravessando essas portas, pensei:

-Não vou ficar aqui atravessando essas portas e nessas salas o tempo todo, vou sair.

Ao pensar assim, já me virei para a parede à minha direita e a atravessei. Não sei dizer como eu sabia que aquela parede era a que dava acesso ao lado de fora daquela construção, mas fiz como se soubesse. Mais um daqueles casos que fora do corpo sabemos de muito mais coisas do que quando estamos com acesso apenas à consciência dessa única encarnação da qual estamos vivenciando.

Havia do lado de fora um chafariz em formato de círculo no chão e um gramado parecendo um jardim e vi o que parecia ser a porta de entrada daquele lugar, era grande e larga e ficava na parede transversal a que eu havia saído. Aquele lugar era bem calmo, silencioso, parecia uma biblioteca, apesar de eu não ter visto livros pelas salas que passei. Não sei qual o motivo, mas havia em mim já em vigília, um sentimento que aquele lugar assemelhava-se a uma biblioteca.

Assim que atravessei a parede, já do lado de fora, fui flutuando alto e voando. Que sensação maravilhosa!!! Foi meu primeiro voo mais tranquila, sem receios ou temores. Voei por cima de casas e logo me vi numa estrada, tipo uma rodovia, daquelas que atravessam uma cidade. Era larga e não havia carro algum. Parecia ser bem cedinho. Eu voava não muito alto, cerca de uns 6 metros do chão. Uma liberdade sem tamanho!

Antes de chegar a esta rodovia, depois de um pequeno tempo de voo, pensei em voltar para o corpo, pois aquela experiência já me avia sido bastante agradável e principalmente pelo fato de eu nunca ter procurado projeção astral para ficar “zanzando” por aí. Pensei em voltar para o corpo, senti minha cabeça e nuca sendo puxadas para trás mas não durou muito e logo parou. Estranhei e pensei novamente em voltar para o corpo e de novo aconteceu a mesma coisa. Como não consegui, veio-me o pensamento de que talvez fosse para eu voar um pouco mais e assim o fiz.

Quando estava passando pela rodovia, do lado esquerdo havia um morrinho com grama, e em cima uma calçada e uma rua com casas do outro lado dessa rua. Sua altura aparelhava-se com a que eu estava voando. Nessa calçada estavam passando algumas pessoas, que posteriormente acordada acredito que fossem espíritos desencarnados, pois quando passei por ali um desses seres mexeu comigo, como quem fala um oi, ou chama a atenção de amigo do outro lado da rua. Estava vindo outro atrás desse primeiro que quando o viu me dando um alô, olhou em minha direção e também me cumprimentou, acenando e falando “ei”. Olhei para eles, acenei de volta e indaguei espantada:

-Eles me conhecem? Apenas pensei assim achando a situação bastante curiosa e continuei voando por ali. Depois de um tempo cheguei num lugar que parecia ser uma praça, um jardim, tinha bastante árvores e o chão todo gramado. Nesse lugar haviam três crianças. Elas me viram e ficaram do chão me acompanhando. Ainda não sei o motivo, mas parece que o fato daquelas crianças terem ficado me olhando fazia com que eu perdesse altitude. Eu não estava conseguindo me manter no alto e percebia que eu estava caindo cada vez mais. Foi quando parei em cima de um coreto, assim parecia. Fiquei ali no teto daquele lugar pequeno, olhando para as crianças lá embaixo que estavam fazendo de tudo para subir e chegar até a mim. Eu mais parecia um animal de estimação assustado fugindo de crianças curiosas 😅. Logo pensei em sair dali, ir para longe das crianças e me joguei no ar, o mais distante que pude e fui flutuando para longe dali. Pouco tempo depois já estava com altitude e não sentia mais aquele peso, aquela perda de altitude.

Tentei voltar para o corpo mais uma vez e ocorreu a mesma coisa que da primeira vez, apenas senti uma leve tração, mas não voltei. Novamente aceitei e continuei voando. Logo me vi numa rua pequena, estreita, era uma rua de mão única, parecia caber apenas um carro. De um lado calçadas estreitas e casas direto nas calças, sem quintal na frente das casas. Do outro lado parecia ter algumas lojas, algum comércio, vi que tinham letreiros em cima da porta de alguns lugares, mas não consegui lê-los, pois estava passando numa velocidade que não dava para fazer a leitura. Nesta rua eu voava bem baixinho, há 1/2 metros do chão, na altura das janelas das casas. Como parecia ser bem cedinho, as casas estavam fechadas e o comércio também. Fui voando por essa rua e ao seu final (era uma rua sem saída) dei de cara com um portão alto de metal, fiquei de pé e observei que no alto desse portão havia algo escrito, tentei ler, havia uma palavra que não me recordo e no final a palavra “paz”. Abaixei o olhar para o lado direito e vi vários túmulos, era um cemitério. Neste momento tive um certo apavoramento, pensei logo em sair dali, pois algum ser que estivesse por ali aproveitando-se das energias de ectoplasmas daquele lugar poderia me ver e talvez querer me “atacar”.

Voei na direção contrária e logo estava no alto. Neste momento, já no alto e distante dali pensei firmemente em voltar para o corpo. Na hora recordei de um programa onde o pesquisador Wagner Borges mencionou que uma entidade da Umbanda, um caboclo, lhe posicionou que Iemanjá auxilia aos projetores, pois o nome da mãe Iemanjá favorece altos voos da consciência. Trata-se de uma vibração da mãe divina, mãe das águas do mar.  E nas situações de necessidade, de auxílio, pensar no nome de Iemanjá como mantra, com respeito, amor e consciência. Assim o fiz, repeti o nome de Iemanjá e solicitei auxílio para retornar ao corpo. Imediatamente retornei, acordando no corpo físico e fazendo toda a rememoração do que me havia ocorrido na projeção.

Quando comecei a relembrar as experiências vividas, percebi que antes de abrir a lucidez naquela sala ao lado daquela escada, havia ocorrido algo, o qual eu estava associando a um sonho, mas depois que comecei a lembrar de todos os detalhes desse “sonho”, percebi que havia sido um amparo do qual tive o prazer e a honra de participar. Fico grata e honrada de poder auxiliar em algum trabalho. Este é o primeiro auxílio que me recordo de ter participado e a assistência sempre foi meu principal interesse com a projeção astral.

Vou contar sobre este amparo no post de mesmo título, porém parte 2, para não ficar muito extenso.

Abaixo deixo o programa do pesquisador Wagner Borges, o qual cito no texto. Neste vídeo o pesquisador comenta sobre a projeção com o caboclo e faz um breve relato da história da Umbanda. Edificante para conhecermos melhor sobre as diversas culturas religiosas e abrirmos o leque de conhecimento, admiração e principalmente respeito entre todas as crenças. Vale a pena ver e ouvir! 🙂

Grande abraço a todos! Muitas paz e muita luz para todos nós meus amigos! 🙏 🕊 💓 ✨

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